domingo, 10 de novembro de 2013

Gentileza como agente de transformação da sociedade


A Corrente do Bem (Pay It Forward) Foto: divulgação
Na década de 70 um andarilho pregava palavras de amor, bondade e respeito ao próximo nas ruas do Rio de Janeiro, conhecido como “Profeta gentileza”, José Datrino inspirou muitas pessoas com a famosa frase “Gentileza gera gentileza”. Algumas décadas depois, mais precisamente em 2000, um filme dirigido por Mimi Leder pregava a mesma prática, Pay It Forward” (A Corrente do Bem), o filme que narra a história de um professor que em uma de suas aulas lança um desafio aos seus alunos, eles deveriam: observar o mundo à sua volta e concertar aquilo que não gosta, um de seus alunos propõe a seguinte ideia: cada um faz um favor a três pessoas e cada uma dessas três faz caridade a mais três, e assim por diante, a ideia do garoto repercute pelo mundo inspirando pessoas. Tanto o profeta quanto o personagem interpretado por Haley Joel Osment levanta a questão de: até onde boas ações geram reações positivas e até onde isso pode mudar e influenciar a sociedade?        
José Datrino "Profeta Gentileza" Foto: internet
Em decorrência da ideia do filme “Corrente do bem”, pequenas ações positivas ganharam um sopro de vida, dando origem ao “Dia Mundial da Boa Ação”, que é celebrado no dia 24 de abril e consiste em formas simples de ajudar o próximo. A iniciativa propõe ações simples de caráter transformador, que pode ser desde ajudar um idoso a atravessar a rua, ceder o acento em um ônibus lotado, desejar um bom dia, entre outras formas simples que podem inspirar outras pessoas a aderirem ao movimento.            
Esse tipo de iniciativa de caráter mundial não precisou de uma data especifica para atingir o Vale do São Francisco. Em Petrolina, por exemplo, tem se tornado comum encontrar pessoas que não esperam um dia especifico para ajudar o próximo e faz dessa prática algo comum no seu cotidiano. Everton Rodrigo de 27 anos é uma dessas pessoas, ele faz parte de um grupo de jovens, que prega a caridade e o respeito ao próximo, “Eu gosto de ajudar porque é a forma que eu encontrei de ser útil, para as pessoas, não tenho uma boa oratória, mas quando é para servir da menor maneira possível eu fico feliz porque eu sei que dei o melhor de mim”, quando questionado sobre satisfação pessoal em ajudar ele acredita que a caridade é a melhor forma de se melhor consigo mesmo “Sinto que posso ser uma pessoa melhor, não apenas com palavras, mas principalmente com ações, quando estou participando de uma ação social seja ela qual for eu me sinto feliz”. 
O psicólogo Samuel Freire acredita que a prática altruísta trás a quem pratica o poder de tirar o outro da condição de marginal (que está a margem da sociedade, excluído), para que este ganhe um sentido novo "Quando você tira algumas horas, ou minutos do seu tempo para praticar uma boa ação, você leva para o outro um pouco de autoestima, tirando ele da condição de "invisível", para alguém que merece atenção, que merece ser bem tratado", em relação ao bem estar do praticante o psicólogo ressalta o bem que isso pode fazer, no sentido de se sentir útil para alguém "A sensação de bem estar é que existe de simbólico no ato altruísta. Por fim, relembro o que Lacan dizia sobre o amor: dar o que não se tem". 
Por Alieny Silva

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