segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O lazer que se transforma em problema


Por Alexandre Borges e Lícia Loltran

A cidade de Petrolina, hoje, conta com um cinema, que fica localizado no único shopping da cidade. Quando inaugurado, os cidadãos da cidade chegaram a imaginar que teriam uma programação como a que é vista em cinemas das capitais, no entanto, o que se vê é um descaso às estreias nacionais e internacionais, salas fechadas, filmes com defeitos, sessões canceladas e confusão na venda de ingressos. O cinema da cidade já disponibilizou até aplicativo de celular para acompanhar o horário dos filmes da semana, mas, alguns frequentadores do cinema ainda reclamam que alguns filmes têm suas sessões canceladas e não há atualização e nem aviso nos aplicativos. A estudante Carla Miranda (22), conta que já saiu de casa com horário marcado para ver o filme, mas quando chegou ao cinema, a sessão tinha sido cancelada e não havia nenhum outro filme no horário.

Esse e outros exemplos compõem o quadro atual que a linguagem cinematográfica enfrenta na cidade. Outro problema observado foi o descaso com as produções nacionais, pois, mesmo o cinema estando localizado em uma cidade brasileira, as estreias nacionais não costumam chegar totalmente. A vendedora Marília Silva (25), espera até hoje a chegada de um filme nacional. “Estou aguardando a chegada do filme ‘Flores Raras, que estreou nacionalmente há três meses. O cinema colocou o cartaz dizendo que estrearia ‘em breve’, mas até agora nada e até tiraram o cartaz”. Essa situação se repete com outros filmes nacionais e internacionais, demonstrando a ‘preferência’ do cinema por estreias de filmes de comédia e ação. O que coloca a população de Petrolina a margem do que o cinema ‘acha’ que deva ser assistido por seus espectadores, ou ainda, por o que ele considera que renda público.

Foto: Marília Silva


Outro problema diz respeito a falta de estrutura e organização com relação à venda de ingressos e aos momentos pré-sessão. Nathallia Santos (21), fã da saga Jogos Vorazes, diz que procurou a bilheteria do cinema uma semana antes da estreia do segundo filme da série Jogos Vorazes: Em Chamas” para saber se haveria venda antecipada de ingressos e ouviu das atendentes que não haveria, que os ingressos seriam vendidos apenas no dia. Contudo, a realidade foi diferente. “Eu estava em casa na quinta feira, na véspera do filme, e meu amigo me ligou avisando que os ingressos estavam vendendo. Foi uma falta de planejamento muito grande. Como eles não sabiam disso quando perguntei uma semana atrás?”.

Foto: Nathallia Santos

Mas os problemas não pararam aí. Nathallia contou ainda da falta de organização no dia da estreia. “Cheguei duas horas antes da sessão, mas já havia fila. E muito desorganizada. Só deixaram a gente entrar uns 40 minutos antes e foi uma bagunça. Gente que chegou quase 1 hora depois de mim entrou antes, as pessoas simplesmente se jogaram na frente e entraram e não deixaram nem a gente reclamar. Falta de respeito.”

“A gente vem se divertir e no final, acaba se estressando”, encerra Nathallia, resumindo em poucas palavras o estado de descontentamento de muita gente com o cinema na cidade de Petrolina.

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