Por Alexandre Borges e Lícia Loltran
A cidade de Petrolina, hoje, conta com um cinema,
que fica localizado no único shopping
da cidade. Quando inaugurado, os cidadãos da cidade chegaram a imaginar que
teriam uma programação como a que é vista em cinemas das capitais, no entanto,
o que se vê é um descaso às estreias nacionais e internacionais, salas fechadas,
filmes com defeitos, sessões canceladas e confusão na venda de ingressos. O
cinema da cidade já disponibilizou até aplicativo
de celular para acompanhar o horário dos filmes da semana, mas, alguns
frequentadores do cinema ainda reclamam que alguns filmes têm suas sessões
canceladas e não há atualização e nem aviso nos aplicativos. A estudante Carla
Miranda (22), conta que já saiu de casa com horário marcado para ver o filme,
mas quando chegou ao cinema, a sessão tinha sido cancelada e não havia nenhum
outro filme no horário.
Esse e outros exemplos
compõem o quadro atual que a linguagem cinematográfica enfrenta na cidade.
Outro problema observado foi o descaso com as produções nacionais, pois, mesmo
o cinema estando localizado em uma cidade brasileira, as estreias nacionais não
costumam chegar totalmente. A vendedora Marília Silva (25), espera até hoje a
chegada de um filme nacional. “Estou aguardando a chegada do filme ‘Flores Raras’, que estreou
nacionalmente há três meses. O cinema colocou o cartaz dizendo que estrearia ‘em breve’, mas até agora nada e até
tiraram o cartaz”. Essa situação se repete com outros filmes nacionais e
internacionais, demonstrando a ‘preferência’ do cinema por estreias de filmes de comédia e ação. O que coloca
a população de Petrolina a margem do que o cinema ‘acha’ que deva ser assistido
por seus espectadores, ou ainda, por o que ele considera que renda público.
Outro problema diz
respeito a falta de estrutura e organização com relação à venda de ingressos e
aos momentos pré-sessão. Nathallia Santos (21), fã da saga Jogos Vorazes, diz que procurou a bilheteria do cinema uma semana
antes da estreia do segundo filme da série “Jogos Vorazes: Em Chamas” para saber se haveria venda antecipada de
ingressos e ouviu das atendentes que não haveria, que os ingressos seriam
vendidos apenas no dia. Contudo, a realidade foi diferente. “Eu estava em casa
na quinta feira, na véspera do filme, e meu amigo me ligou avisando que os
ingressos estavam vendendo. Foi uma falta de planejamento muito grande. Como
eles não sabiam disso quando perguntei uma semana atrás?”.
Foto: Nathallia Santos |
Mas os problemas não
pararam aí. Nathallia contou ainda da falta de organização no dia da estreia.
“Cheguei duas horas antes da sessão, mas já havia fila. E muito desorganizada.
Só deixaram a gente entrar uns 40 minutos antes e foi uma bagunça. Gente que
chegou quase 1 hora depois de mim entrou antes, as pessoas simplesmente se
jogaram na frente e entraram e não deixaram nem a gente reclamar. Falta de
respeito.”
“A gente vem se
divertir e no final, acaba se estressando”, encerra Nathallia, resumindo em
poucas palavras o estado de descontentamento de muita gente com o cinema na
cidade de Petrolina.
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