segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Penso, logo tatuo

Em 2004, o Brasil já era, segundo pesquisas divulgadas pela Tatoozone (o maior evento de tatuadores do país), o terceiro país do mundo em consumo de artigos para tatuagem. Arte antes vista como "rebelde" ou temida por aqueles que ainda almejavam um local no mercado de trabalho, a tatuagem vem se popularizando nos últimos anos e deixou de se restringir a grandes cidades, aparecendo também em localidades interioranas, como Petrolina e Juazeiro.

Dono de um estúdio de tatuagens na Avenida Guararapes há 3 anos, Leandro Leite, 26 anos, ama o que faz. Diz que é um mercado que cresce cada vez mais e que, ao mesmo tempo em que isso é bom, também traz seus malefícios, como a presença de muita gente que está no ramo apenas por dinheiro. "Tem que ser por amor, ou vai sair malfeito. O dinheiro vai embora. A tatuagem fica pra sempre." Leandro não tem um preço estipulado, mas cobra por hora.

É exatamente esse amor que move, há 13 anos, o tatuador James Mix, do outro lado da ponte. James diz que foi escolhido pela profissão, que não se vê fazendo mais nada e que acredita que tudo começou quando viu um namorado de sua irmã cheio da tatuagens. 

Mas o que leva os jovens a marcaram seu corpo permanentemente? 



Tatuagem de Nathália. Foto: Arquivo Pessoal

Para a jovem Nathallia Fonseca, 19, estudante de comunicação da UFPE, que fez as suas duas tatuagens quando ainda residia em Petrolina, ambas tem um significado que vai além da simples vontade de marcar o corpo - coisa que muitos afirmam ser a principal razão dos jovens se tatuarem.

“Tenho uma fênix na escápula que é, de certa forma, um símbolo de força e uma homenagem à minha mãe que se recuperou de uma doença complicada. Na clavícula, tenho a frase "Expecto Patronum", que é um feitiço retirado da serie Harry Potter, usado para repelir criaturas que, segundo a autora, são uma espécie de representação da depressão. É também uma forma de mostrar o quanto a serie e os amigos que fiz através dela são importantes pra mim.”

Marta Xavier, 22, estudante de Engenharia da Univasf, fez sua tatuagem com 18 anos: o símbolo de Yin-yang. "O símbolo tem muitas interpretações, pra alguns é o equilibrio entre o bem e o mau, pra outros é o simbolo da nova era q diz a época q lucifer vai voltar a terra... pra mim significa apenas equilibrio, pois tudo para ser perfeito tem que esta na medida certa."

E a onda não atinge apenas os mais jovens. Arlete Borges, 47, tem muita vontade de fazer uma tatuagem. "Queria fazer uma com o nome dos meus filhos, mas ainda não tive coragem. Por enquanto, vou fazendo essas de rena mesmo, que não são permanentes.", brinca. 

Jovem, criança ou adulto, um fato é certo: Tatuagens não são mais um tabu na sociedade. E estão, cada dia mais, conquistando seu lugar.

Por: Alexandre Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário