sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Um besouro apaixonante


"Se meu fusca falasse", Herbie imortalizou o fusca (Foto: Maria Yamakawa)
Há quem diga que possuir é coisa de gente antiga. O pequeno carro, apelidado carinhosamente de besouro faz sucesso desde sua criação, em 1933. Passaram-se mais de 50 décadas e o fusca continua encantando homens, mulheres, crianças.

Petrolina possui um clube específico para os amantes do fusca. Em 2012 o Clube do Fusca organizou oo 5º Encontro Regional de Fusqueteiros (como os proprietários do besouro se intitulam). Pessoas do Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Paraíba passaram pela cidade e trocaram conhecimentos sobre o carro, durante os dois dias de exposição na Orla de Petrolina.

Mas de onde vem a paixão pelo fusca? Há quem herde do pai. A exemplo do técnico agrícola Caio Gustavo, de Petrolina. Ele fala com orgulho sobre o carro que seu pai reformou depois de dois anos. Um besouro ano 1978 com cinza beluge, com assentos na cor beje-savana.

Caio relembra que na sua infância, o pai tinha um fusca que usava para trabalhar. A paixão do pai pelo carro era tanta que o filho se influenciou. Resultado: o fusca cinza beluge foi comprado há três anos e só ficou pronto a dois. Depois de meses trabalhando juntos, pai e filho terminaram a reforma do fusca e rodaram com ele até Maceió para o encontro nordestino do ano passado.

Outro amante do fusca é o autônomo Carlos Antônio. Natural de Olho D’água dos Galvões, no Ceará, ele adotou Petrolina como sua casa. Já são mais de 10 anos morando na cidade. Dono de um fusca ano 1979 na cor azul metálico, “conservado originalmente por falta de condições, porque seu eu tivesse dinheiro reformava ele todinho” confessa.

Fusqueteiro "sem dinheiro", mas feliz:
Carlos Antônio cuida do carro como se fosse um filho
(Foto: Maria Yamakawa)
A paixão de Carlos surgiu por influência dos amigos. Ele já participou de diversos encontros de fusqueteiros e o amor pelo carro foi crescendo com o tempo. “Já troquei meu carro pela mulher, mas ela não pode saber disso ou” brinca.

A diversidade de proprietários do fusca faz com que alguns carros sejam totalmente conservados no modelo original. Outros, jovens em sua maioria, preferem tunar o carro com aparelho de DVD, luzes ou som potente.

Natural da Paraíba, José Edvaldo foi dono de outros carros. Mas o verdadeiro amor, o fusca ano 1973 só foi adquirido há 10 anos. A preocupação em preservar o carro é tamanha que ele decidiu comprar um fusca e guardar como relíquia.

“Comprei o meu fusca pra ter o carro na minha garagem. Sempre fui apaixonado pelo carro, tive outros vendi e comprei, mas o fusca só consegui comprar a um tempo. E ele só roda nos encontros ou nos dias de lazer da família.”

Outro que mantém seu carro original é Anderson Sena, vice-presidente do Fusca Clube de Petrolina. O carro de 1975 foi herdado do pai, são mais de 30 anos cuidando do bem valioso da família. "Esse carro faz parte da nossa história, é uma herança e tem valor especial para mim" comenta.

Versátil, “pau pra toda obra”, barato, econômico e apaixonante. Esses são poucos dos adjetivos para o fusca. O tempo passa, mas a paixão pelo besouro permanece viva entre os amantes do carro.


Maria Yamakawa

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