"Se meu fusca falasse", Herbie imortalizou o fusca (Foto: Maria Yamakawa) |
Petrolina possui um clube específico para os amantes do
fusca. Em 2012 o Clube do Fusca organizou oo 5º Encontro Regional de
Fusqueteiros (como os proprietários do besouro se intitulam). Pessoas do Rio
Grande do Norte, Bahia, Ceará e Paraíba passaram pela cidade e trocaram
conhecimentos sobre o carro, durante os dois dias de exposição na Orla de
Petrolina.
Mas de onde vem a paixão pelo fusca? Há quem herde do pai. A
exemplo do técnico agrícola Caio Gustavo, de Petrolina. Ele fala com orgulho
sobre o carro que seu pai reformou depois de dois anos. Um besouro ano 1978 com
cinza beluge, com assentos na cor beje-savana.
Caio relembra que na sua infância, o pai tinha um fusca que
usava para trabalhar. A paixão do pai pelo carro era tanta que o filho se
influenciou. Resultado: o fusca cinza beluge foi comprado há três anos e só
ficou pronto a dois. Depois de meses trabalhando juntos, pai e filho terminaram
a reforma do fusca e rodaram com ele até Maceió para o encontro nordestino do
ano passado.
Outro amante do fusca é o autônomo Carlos Antônio. Natural
de Olho D’água dos Galvões, no Ceará, ele adotou Petrolina como sua casa. Já
são mais de 10 anos morando na cidade. Dono de um fusca ano 1979 na cor
azul metálico, “conservado originalmente por falta de condições, porque seu eu
tivesse dinheiro reformava ele todinho” confessa.
Fusqueteiro "sem dinheiro", mas feliz: Carlos Antônio cuida do carro como se fosse um filho (Foto: Maria Yamakawa) |
A paixão de Carlos surgiu por influência dos amigos. Ele já
participou de diversos encontros de fusqueteiros e o amor pelo carro foi
crescendo com o tempo. “Já troquei meu carro pela mulher, mas ela não pode
saber disso ou” brinca.
A diversidade de proprietários do fusca faz com que alguns
carros sejam totalmente conservados no modelo original. Outros, jovens em sua
maioria, preferem tunar o carro com aparelho de DVD, luzes ou som potente.
Natural da Paraíba, José Edvaldo foi dono de outros carros.
Mas o verdadeiro amor, o fusca ano 1973 só foi adquirido há 10 anos. A
preocupação em preservar o carro é tamanha que ele decidiu comprar um fusca e
guardar como relíquia.
“Comprei o meu fusca pra ter o carro na minha garagem.
Sempre fui apaixonado pelo carro, tive outros vendi e comprei, mas o fusca só
consegui comprar a um tempo. E ele só roda nos encontros ou nos dias de lazer
da família.”
Outro que mantém seu carro original é Anderson Sena,
vice-presidente do Fusca Clube de Petrolina. O carro de 1975 foi herdado do
pai, são mais de 30 anos cuidando do bem valioso da família. "Esse carro faz parte da nossa história, é uma herança e tem valor especial para mim" comenta.
Versátil, “pau pra toda obra”, barato, econômico e
apaixonante. Esses são poucos dos adjetivos para o fusca. O tempo passa, mas a paixão
pelo besouro permanece viva entre os amantes do carro.
Maria Yamakawa
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