Na virada do século, muito se questionou a respeito do fim do
mundo; pessoas amedrontadas, a chegada de um novo período, o fim do mundo como
conhecíamos. Na prática, nada de grande impacto aconteceu. Contudo, viu-se, com
o passar dos anos e o avanço da tecnologia, a ascensão de uma nova geração de
crianças, adolescentes e jovens que, desde sua infância, encontram-se em
contato com os novos meios tecnológicos: é a chamada Geração Z.
Uma pesquisa
realizada pela Escola do Futuro da USP e a Fundação Telefônica Vivo em 2012, com
18 mil entrevistados entre 6 e 18 anos de diferentes regiões do país mostrou
que o contato desta nova geração cresceu proporcionalmente ao avanço
tecnológico. 35 % dos que responderam a pesquisa afirmaram sofrer de ansiedade
quando não podem usar a internet e um número de 74,6 % contaram ter problemas
com os pais graças ao tempo que passam na internet.
Na região do Vale do São Francisco, é possível encontrar cada
vez mais representantes desta geração. Sabrina Ferreira, 17 anos, estudante de
Ensino Médio do Colégio Auxiliadora, admite que seu contato com a tecnologia
vem desde a infância.
“Aos 3 anos, com o primeiro computador na minha casa, já
tinha uma curiosidade imensa pela máquina. Hoje em dia viver sem a tecnologia
para mim, é como viver sem alguma parte do corpo. Pois ela facilita a minha
comunicação de forma eficaz e instantânea.”, diz Sabrina.
Sabrina aos 3 anos |
Há alguns pais que ainda oferecem resistência a essas “mudanças”.
Laura Borges, professora, 37 anos, se mostra resistente a sua filha Paola
Borges, 10 anos. “Ela vive me pedindo um celular, um iPad... Mas ainda a acho muito nova. Sou professora e
vejo que muitos alunos se dispersam por causa das tecnologias.”
Já Márcia Cavalcante, 42, também professora, é a favor dessa
geração conectada. “Vejo o acesso da
nova geração, como um mundo de oportunidades. Sou professora e mãe, e vejo que
a tecnologia abre caminhos para novos conhecimentos. Porém, as vezes o seu uso
inadequado prejudica muito. Por isso, eduquei minhas filhas para que usassem a
tecnologia voltada para o bem, e dessa forma elas têm o controle necessário.”
Uma das filhas de Márcia, Manuela Cavalcante, 13 anos, afirma
não viver sem tecnologia. “Comecei a ter contato com a tecnologia desde dos
meus 8 anos de idade. Minha irmã que me ensinou como mexer e até hoje não vivo
sem a internet, em casa ou pelo iPhone. Ela me ajuda em pesquisas, sites de
redes sociais e etc.”
Manuela usando iPhone para uma pesquisa escolar |
O mundo não acabou com o novo século. Mas, definitivamente,
mudou. E os seus habitantes mudaram com ele.
Por: Alexandre Borges
Por: Alexandre Borges
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