quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Geração Z

Na virada do século, muito se questionou a respeito do fim do mundo; pessoas amedrontadas, a chegada de um novo período, o fim do mundo como conhecíamos. Na prática, nada de grande impacto aconteceu. Contudo, viu-se, com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, a ascensão de uma nova geração de crianças, adolescentes e jovens que, desde sua infância, encontram-se em contato com os novos meios tecnológicos: é a chamada Geração Z.

Uma pesquisa realizada pela Escola do Futuro da USP e a Fundação Telefônica Vivo em 2012, com 18 mil entrevistados entre 6 e 18 anos de diferentes regiões do país mostrou que o contato desta nova geração cresceu proporcionalmente ao avanço tecnológico. 35 % dos que responderam a pesquisa afirmaram sofrer de ansiedade quando não podem usar a internet e um número de 74,6 % contaram ter problemas com os pais graças ao tempo que passam na internet.

Na região do Vale do São Francisco, é possível encontrar cada vez mais representantes desta geração. Sabrina Ferreira, 17 anos, estudante de Ensino Médio do Colégio Auxiliadora, admite que seu contato com a tecnologia vem desde a infância.

“Aos 3 anos, com o primeiro computador na minha casa, já tinha uma curiosidade imensa pela máquina. Hoje em dia viver sem a tecnologia para mim, é como viver sem alguma parte do corpo. Pois ela facilita a minha comunicação de forma eficaz e instantânea.”, diz Sabrina.

Sabrina aos 3 anos


Há alguns pais que ainda oferecem resistência a essas “mudanças”. Laura Borges, professora, 37 anos, se mostra resistente a sua filha Paola Borges, 10 anos. “Ela vive me pedindo um celular, um iPad...  Mas ainda a acho muito nova. Sou professora e vejo que muitos alunos se dispersam por causa das tecnologias.”

Já Márcia Cavalcante, 42, também professora, é a favor dessa geração conectada.  “Vejo o acesso da nova geração, como um mundo de oportunidades. Sou professora e mãe, e vejo que a tecnologia abre caminhos para novos conhecimentos. Porém, as vezes o seu uso inadequado prejudica muito. Por isso, eduquei minhas filhas para que usassem a tecnologia voltada para o bem, e dessa forma elas têm o controle necessário.”

Uma das filhas de Márcia, Manuela Cavalcante, 13 anos, afirma não viver sem tecnologia. “Comecei a ter contato com a tecnologia desde dos meus 8 anos de idade. Minha irmã que me ensinou como mexer e até hoje não vivo sem a internet, em casa ou pelo iPhone. Ela me ajuda em pesquisas, sites de redes sociais e etc.”

Manuela usando iPhone para uma pesquisa escolar

O mundo não acabou com o novo século. Mas, definitivamente, mudou. E os seus habitantes mudaram com ele. 

Por: Alexandre Borges

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