quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Entre a cruz e a espada

Semana passada, 395 estudantes de diversos campis da Universidade do Estado da Bahia se reuniram em Salvador para a XVII Jornada de Iniciação Científica da UNEB, evento que reúne todos os bolsistas de pesquisa da universidade. O objetivo era a socialização das pesquisas realizadas nos mais diversos lugares da Bahia e a avaliação das mesmas. 


Mesa de abertura da XVII Jornada de Iniciação Científica
Foto: ASCOM Uneb
O número é mais alto do que o do ano passado, que contou com 380 bolsistas. 

Segundo Leandro Coelho, gerente de pesquisa, na palestra de abertura, o número maior de bolsistas é uma prova do quanto a Uneb vem avançando na área, seja em parceria com as instituições de fomento, como FAPESB e CNPq, ou com o seu próprio programa de bolsas, o PICIN. O gerente ressaltou ainda o fato de as bolsas do PICIN estarem com um valor um pouco mais alto que as de FAPESB e CNPq.

Adriana Mármore, vice-reitora, que compôs a mesa representando o reitor Lourisvaldo Valentim, ressaltou a importância da pesquisa para a formação acadêmica do estudante, por "despertá-lo para coisas que ele dificilmente notaria no seu dia-a-dia como estudante." Ela ainda afirmou que o intuito é fazer com que cada vez mais estudantes façam parte da pesquisa e que as jornadas sejam cada vez maiores.

Quantitativamente, é um avanço sutil, mas que revela uma prática cada vez mais comuns: A pesquisa acadêmica começa a ganhar um espaço cada vez maior na vida dos estudantes, em detrimento de outras ações, como estágios na área, já que, para ser bolsista de Iniciação Científica, esse é um dos principais requisitos: Não possuir qualquer vínculo empregatício. 

Ana Carla Nunes, 21 anos, diz que pensou muito antes de decidir fazer pesquisa exatamente por isso. "Como estudante de jornalismo, que quer seguir carreira na área, fiquei muito em dúvida, porque sabia que a partir do momento em que entrasse na pesquisa, estaria abrindo mão do estágio." Hoje, 1 ano e alguns meses depois, Carla diz não ter se arrependido. "Aprendi muitas coisas na pesquisa que uso diretamente nos meus trabalhos jornalísticos. É uma experiência enriquecedora." 

Diferente de Carla, Fabiana Silva, 24, já entrou na faculdade pensando em seguir pesquisa. "Vim para a Uneb de uma graduação em licenciatura e, por mais que goste do jornalismo, sempre pensei em seguir carreira acadêmica. Dessa forma, tinha consciência da importância que a pesquisa teria nisso, já que é a porta de entrada para o mestrado."

Com dois anos de pesquisa, Fabiana diz já se sentir pronta para o mestrado. Segundo lugar na área de linguística na jornada, a concluinte do curso de comunicação social afirma que os estudantes deveriam ter um melhor olhar sobre a pesquisa. "Acredito que o grande problema é que não há conhecimento da pesquisa. Os estudantes não sabem quais as pesquisas em andamento e achar que abrir mão de um estágio para fazê-la é o fim do mundo. Não é. Você ainda pode se envolver nos projetos de pesquisa da faculdade."

Na mesa de encerramento da XVII Jornada, Leandro Coelho falou com orgulho sobre o evento. "Recebemos o elogio do CNPq. Segundo eles, somos uma das melhores jornadas de iniciação científica do Brasil."

Por: Alexandre Borges

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